Que Tim Burton era mais do que um simples cineasta já sabíamos, por exemplo, desde o seu livro "A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e Outras Histórias". Mas o realizador de "Eduardo Mãos-de-Tesoura" e "Sweeney Todd" acaba de ser elevado a artista plástico com o anúncio de uma exposição que lhe será dedicada pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), que receberá, a partir de 22 de Novembro, mais de 700 peças da colecção do realizador, incluindo desenhos, bonecos e pinturas mas também "storyboards" e ilustrações criadas como "blocos de notas visuais" para a concepção dos seus filmes.
"É-me mais fácil raciocinar visualmente do que verbalmente," explicou o cineasta à "Variety" para justificar a acumulação de material que será exibido na exposição, abrangendo coisas que remontam à sua infância e do qual o próprio Burton já não se lembrava. "Tenho tantos desenhos que nunca os revejo - limito-me a fazê-los."
A exposição inclui muito material nunca visto que Burton criou enquanto foi animador contratado dos estúdios Disney em início dos anos 1980, e é acompanhada por uma retrospectiva integral da sua obra filmada, incluindo as suas primeiras curtas amadoras, e por uma temporada de filmes que lhe serviram de inspiração ou influência - casos do "Frankenstein" de 1931, dirigido por James Whale, ou da versão de Roger Corman do conto de Edgar Allen Poe "O Fosso e o Pêndulo".
Burton sente-se pouco à vontade com o grau de exposição que a mostra vai trazer a um trabalho até agora pouco conhecido e muito pessoal. "Um filme já é mau, mas isto é muito pior. Acho que é uma honra, mas deixa-me muito nervoso", disse. A exposição decorre até 26 de Abril de 2010, terminando logo após a estreia, em Março, da sua adaptação de "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Carroll, com um elenco que inclui Johnny Depp, Anne Hathaway, Stephen Fry, Christopher Lee e Michael Sheen.
Fonte : público.pt
